" Se a sorte foi um dia alheia ao meu sustento, não houve harmonia entre ação e pensamento."

"Se a sorte foi um dia alheia ao meu sustento, não houve harmonia entre ação e pensamento." - Renato Russo

domingo, 13 de março de 2011

Sexualidade e Sociedade


Por Gustavo Lourenço da Silva

Dois pontos que ilustram bem duas características humanas, a consciência e a necessidade. Instinto e razão. Sexualidade e sociedade. Uma sempre teve sua interferência na outra, e sua importância recíproca no meio social, caracterizado por um comportamento de cunho cultural, levou essa relação quase como a “arte e sociedade”. Nessa trocas de favores vamos estudar a civilidade do sexo e a selvageria social contra a própria natureza, de todas as pessoas.

Por séculos e séculos a sociedade veio moldando a sexualidade do homem e o conceito de aceitável e do repugnante, Sim, repugnante. Uma cultura, para se afirmar rejeita vários padrões comportamentais, adotando assim uma forma de doutrina ou característica particular presentes nos nela inseridos. Daí o conceito forte de pátria e da grande diferença de cultura para cultura.

Assim como uma instituição criada e forjada em valores, nos quais os integrantes precisam partilhar para poder, ali, existir, a Sociedade também impõem valores e conceitos pré-inseridos na vida do indivíduo que a integra na forma de produto cultural.

O produto cultural é a carga de valores que se acumulam com as mudanças na sociedade, mudanças que interferem no comportamento no individuo. Influencias religiosas, econômicas, culturais, enfim, tudo que ditem comportamento, moda, música, política, comércio e etc.

Um exemplo dessas influências é a forte rejeição com que essa sociedade trata a homossexualidade, as rédeas curtas que lidam com a sexualidade da mulher e os tabus que ainda alimenta. Grande parte desses conceitos foi formada com base numa religião, a cristã, que é basicamente um grande conjunto de dogmas e contraversões de ideais sem sentido que alienam e limitam a capacidade humana.

A igreja além de disseminar a ignorância e preconceito em relação à sexualidade, também a mistificou ao ponto de ficar muito obscura, até nos dias de hoje, onde se tem esclarecimentos e o assunto é muito mais aberto do que décadas atrás. Por outro lado impulsionou, junto com o crescimento do capitalismo, a banalização do sexo como forma de produto. Nunca existiram tantos filmes, revistas e produtos relacionados. E a tendência é que o mercado do sexo continue crescendo.

A igreja, entre outras variáveis, ajudou a criar uma sociedade essencialmente machista, cultivando valores distorcidos e criando uma “hierarquia do sexo”. Ainda hoje, a imagem da mulher e da criança é totalmente difundida, explorada pela mídia corporativa e colocada para o público como um produto ou pedaço de carne. Os agregados da Revolução Sexual dos anos 60 e 70, que buscavam a igualdade entre os sexos e a desmistificação da sexualidade, contribuíram para que nossa sociedade hoje estivesse mais flexível. Os anos 60 e 70 foram importantes em muitos aspectos culturais, artísticos e sociais. O engajamento político e ativismo revolucionário (contra-cultura) estavam impregnados na música, filmes, peças, danças, visual e comportamento do jovem que quebrava padrões e conceitos da época, e sem dúvida isso contribuiu bastante para uma boa melhora no quesito da liberdade sexual.

Hoje em dia o sexo ainda se faz um assunto complicado, trazendo a tona novos problemas. A internet facilitou o acesso à indústria do sexo, criando, de certa forma, uma geração com uma forte insensibilidade sexual, onde, principalmente na juventude, se tornam um poço de superficialidade e acabam esquecendo ou ignorando os sentimentos que os mais velhos os julgam muito jovens e imaturos para possuir. Essa característica de desumanização está impregnado nesta geração, fazendo contra ponto as revoluções da contra-cultura, e se, novamente, alienando para consumir e ser consumido, num mundo cada vez mais selvagem, sangrando as feridas de religiões falidas e do Capitalismo.

Nenhum comentário:

Seguidores